Embora os tratamentos das afecções do quadril datem de séculos atrás, a era moderna da reconstrução do quadril iniciou por volta de 1800. Schmaltz, em 1817, e White, em 1821, relataram casos de ressecção artroplástica do quadril para o tratamento da tuberculose em crianças. Esta técnica operatória também pode ser conhecida como cirurgia de Girdlestone (nome do cirurgião que em 1943 relatou este procedimento com detalhes). Visto que uma mobilidade duradoura não podia ser conseguida desta maneira, muitos autores mudaram da simples artroplastia resseccional para a artroplastia interposicional. O primeiro relato de uso de material estranho colocado entre superfícies articulares, surgiu em 1840, com a colocação de um bloco de madeira posto entre as superfícies. Com o avanço deste tipo de cirurgia, vários tipos de substâncias eram interpostas entre as superfícies resseccionadas, tais como, capsula articular, músculo, tecido adiposo, fáscia lata e pele. Entretanto, nenhum dos materiais usados na interposição produziu resultados duradouros, até que Smith-Petersen desenvolve-se a artroplastia interposicional do quadril com uma taça feita com vitálio, em 1940.  A partir de então, muitos cirurgiões começaram a desenvolver endopróteses para reposição de um dos lados da artroplastia como alternativa à artroplastia interposicional. Embora outros materiais tenham sido utilizados na confecção, tais como marfim (Hey-Groves em 1927), acrílico (Judet em 1946), as endopróteses de metal, desenvolvidas por F. R. Thompson e A. T. Moore a partir de 1950, se tornaram os implantes de eleição.

Apesar destes implantes terem proporcionado uma melhora da função, com redução da dor, nenhuma destas hemiartroplastias promoveram um prolongado grau de alívio da dor, buscado por pacientes com articulações artrósicas. Deste modo, desenvolveu-se as substituições articulares totais do quadril. Surpreendentemente, a artroplastia total do quadril não é um produto da metade do século 20. Esta cirurgia foi primeiramente realizada em 1890, por Gluck, que  realizou uma artroplastia total de quadril com componentes femoral e acetabular feitos de marfim, cimentados no lugar.

A era moderna da artroplastia por substituição total da articulação teve início em 1958, quando Sir John Charnley começou seu trabalho clássico com o desenvolvimento de uma prótese que consistia de um componente femoral metálico que articulava com um componente acetabular plástico, sendo ambos fixados com cimento ósseo de metilmetacrilato.

O sucesso de uma artroplastia total de quadril depende de 3 fatores críticos: escolha do paciente, escolha do implante e a técnica cirúrgica. Provavelmente, o determinante isolado mais importante seja a escolha apropriada do paciente. A escolha do paciente inadequado pode comprometer o design mais avançado ou mesmo o cirurgião mais experiente. A partir de então, a escolha do implante e a técnica cirúrgica podem nos garantir resultados mais consistentes e duradouros.