Artrose de quadril

A artrose é caracterizada como uma doença degenerativa crônica caracterizada pela deterioração da cartilagem articular (desgaste) e pela neoformação óssea nas superfícies e margens ósseas. Outros termos podem ser usados para designar esta doença como osteoartrose, doença degenerativa articular, artrite degenerativa e no quadril pode ser chamada de coxartrose ou malum coxae senilis.
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EPIDEMIOLOGIA

A artrose ocorre com uma freqüência aumentada em pessoas idosas; entretanto, a relação entre idade e artrose não está tão clara. Embora a artrose possa iniciar em uma idade relativamente precoce, o seu progresso torna-se clinicamente aparente e “mais prevalente” com a idade. Alternativamente, a artrose pode ocorrer quando mudanças na cartilagem trazidas pela idade predispõem a uma degeneração arti-cular em resposta a fatores externos, como um estresse biomecânico.

Quase todas as formas de lesão ou doenças articulares podem iniciar o processo que resulta na artrose. A artrose pode se seguir a um insulto mecânico, como uma meniscectomia por exemplo, ou a uma doença articular inflamatória. Esse conhecimento leva a diferenciação da artrose em 2 tipos principais: primária, quando o processo ocorre sem causa aparente e secundária, quando o processo ocorre por uma causa conhecida ou preexistente.

Entretanto, esta forma de avaliação é um tanto simplista, porque o desenvolvimento de algumas formas doença secundária dependem de uma variedade de fatores de risco, que incluem idade, sexo, raça, peso, história familiar. Existe notadamente uma predisposição genética na artrose poliarticular, sendo que esta ocorre raramente antes dos 35 anos de idade.

Condições climáticas podem piorar lesões preexistentes, através do espasmo muscular ou de influências no mecanismo da dor. Doenças sistêmicas como artrite reumatóide, espondilite anquilosante, diabetes, doença de paget, alcaptonúria, hemacromatose e etc, podem ser causa da artrose.Obesidade não está comprovada como entidade causadora de artrose, mas parece claro que o peso corporal excessivo acelera o desgaste das articulações que suportam peso. Fatores locais como os traumatismos de repetição sobre a articulação, condrólise, necrose da cabeça femoral, artrite séptica, seqüelas de epifisiólise ou de doença de perthes, bem como displasia do desenvolvimento do quadril podem estar envolvidos na causa da artrose.

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA

Clinicamente, o principal sintoma da coxartrose é a dor localizada no quadril, de caráter contínuo, que freqüentemente é referida ao longo da face interna da coxa e joelho. A dor é acentuada pela carga e pelos movimentos do quadril, sendo que o frio e a umidade podem intensificar o desconforto. A dor, na maior parte das vezes, ocorre por uma irritação sinovial secundária, motivada pela destruição da cartilagem. Uma excessiva estimulação da propriocepção dos tecidos adjacentes à articulação, desencadeada pela fricção aumentada da articulação doente, também pode ser fator desencadeante da dor.

Sintomas clínicos importantes relacionados com a artrose incluem a restrição da amplitude de movimento, a rigidez articular após o repouso, crepitação e o aumento do volume articular. Outros achados associados à artrose são dor no repouso ou à noite, instabilidade e deformidades ósseas e/ou articulares.

Alguns pacientes apresentam a sensação de ˜falseio˜ ao caminhar.

Existem diversos tipos de manifestação de dor: na virilha, no glúteo, na lateral da coxa, irradiada para o joelho (muito comum), ao entrar e sair do carro, após prática esportiva.

Alguns pacientes apresentam também limitações ou restrições, tais como: dificuldade de cruzar as pernas, dificuldade de alongamento (˜falta de alongamento˜), dificuldade de abrir as pernas, dificuldade para iniciar o movimento após certo tempo parado, dificuldade para se levantar de posição sentada, dificuldade para agachar, dificuldade para colocar as meias, etc.

As deformidades em flexão, adução e rotação externa são devidas, inicialmente, ao espasmo muscular e posteriormente tornam-se definitivas em função da retração capsular.

Vários são os exames que podem ser realizados para se confirmar a artrose do quadril, sendo que os mais comuns são o Raios-X, a Tomografia Computadorizada e a Ressonância Nuclear Magnética.

CARTILAGEM

É uma forma de tecido conjuntivo de consistência rígida que constitui órgãos de anatomia definida, desde a vida embrionária. Nosso esqueleto primordial é um modelo cartilaginoso, com exceção do crânio e da face, cujo modelo é membranoso, e da mandíbula e das clavículas, que têm um modelo misto, cartilaginoso e membranoso. Esses modelos são progressivamente calcificados, restando para a vida adulta apenas as cartilagens hialinas que revestem as superfícies articulares dos ossos, além das fibrocartilagens e das cartilagens elásticas.

A cartilagem hialina é a mais comum. É rica em colágeno tipo II, absorve choques e impactos e facilita o deslizamento dos ossos nas articulações.

As cartilagens elásticas formam o septo nasal, as costelas, o pavilhão auricular e a orofaringe e são ricas em colágeno tipo II. Em geral, desempenham a função de suporte para os tecidos moles.

A cartilagem fibrosa está presente nos discos intervertebrais, nos meniscos e ainda em tendões e ligamentos. Tem predomínio de colágeno tipo I.

De modo geral as cartilagens não são vascularizadas e nem inervadas, exceção feita àquelas revestidas pelo pericôndrio.

A cartilagem articular corresponde, na articulação, ao polimento das superfícies das engrenagens metálicas. Lubrificada pelo liquido sinovial, dá as articulações sinoviais jovens um coeficiente de atrito muito próximo a zero!

Essas cartilagens articulares, apesar de sua aparência frágil, tem razoável resistência mecânica a compressão continua e grande resiliência ás compressões abruptas. Isso é devido ao seu conteúdo aquoso, que lhes dá grande viscoelasticidade.

Caracteristicamente a cartilagem é formada por poucas células (os condrócitos) e abundante material extracelular. Este material extracelular é uma gelatina aquosa (70% água), estruturada por longas fibras de colágeno enoveladas entre si. Na cartilagem hialina a predominância é de colágeno tipo II (90%).

As cartilagens hialinas são nutridas por imbebição pelo líquido sinovial em seus 2/3 superficiais. Por isso, um liquido sinovial de má qualidade nutre mal o condrócito.

O funcionamento dos condrócitos depende do balanço hormonal adequado. A síntese proteoglicanos é acelerada pela tiroxina, hormônio do crescimento e testosterona e diminuída pela cortisona, hidrocortisona e estradiol.

Prevenção

O objetivo do tratamento da artrose é a prevenção das seqüelas e retardar a evolução da doença. Para isto, é importante uma abordagem precoce da doença, lembrando que a doença tem uma evolução lenta e insidiosa. Deve-se fazer uma correção precoce dos fatores predisponentes (por ex: obesidade), as deformidades posturais e os desequilíbrios musculares.

O sulfato de condroitina tem a forma de uma “pena”. Isso atrai moléculas de água para os espaços entre as penugens, dando então a cartilagem suas características de hidrofilia e por conseqüência de viscoelasticidade. {e a água que pode espremida para fora da cartilagem na compressão, mas que volta imediatamente ao seu lugar, forçando a restauração da forma e espessura da cartilagem.

Desta forma, alguns pacientes em suplementação de glicosamina e condroitina apresentam importante melhora dos sintomas clínicos.

O colágeno é o maior dos tecidos conectivos animais, presente em pele, tendões, ligamentos, ossos e cartilagens, assegurando coesão, elasticidade e regeneração.

Estudos mostram que a suplementação com peptídeos de colágeno pode retardar/prevenir a degradação da matriz cartilaginosa em humanos.

Tratamentos

O tratamento da artrose pode ser dividido em conservador e cirúrgico. No tratamento conservador podemos fazer uso do repouso, termoterapia e massoterapia para o tratamento do espasmo muscular. Outro fator a ser considerado é a utilização de órteses (bengala) por parte do paciente, bem como solicitação de redução de peso corporal. O uso de analgésicos e/ou antiinflamatórios pode ser necessário, principalmente nos quadros de crises agudas de dor.

O tratamento cirúrgico da artrose do quadril pode ser conduzido de várias maneiras. A determinação do tipo de procedimento cirúrgico a ser considerado para cada paciente depende, entre outros fatores, da idade, da etiologia da doença, atividade do paciente, amplitude de movimentos e da bilateralidade ou não da doença.

Os procedimentos podem ser divididos naqueles que objetivam a preservação ou restauração da cartilagem articular, tais como as osteocondroplastias (artroscopia de quadril). Outros procedimentos cirúrgicos podem ser categorizados como as osteotomias e as artroplastias de quadril (prótese de quadril), este último, indicado nos casos mais avançados da doença.

Dr. Leonardo Boschin

Ortopedista Especialista em
Quadril em Porto Alegre

Nascido no Rio de Janeiro (RJ) em 1974, foi aprovado em 1° lugar para graduação em Medicina pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (1992 -1997). Residência médica na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (1998-2000). Especialização em Cirurgia do Quadril, Joelho e Tumores Ósseos pela Universidade Federal do Paraná (2001). Especialização em “Adult Reconstruction and Total Joints” pela University of Tennessee – USA (2001-2002).

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Cirurgias do Quadril

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Artroscopia de quadril

A artroscopia de quadril é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo realizado através de pequenas incisões, utilizando-se um aparelho chamado artroscópio para visualizar o interior de uma articulação.

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Prótese de quadril

O sucesso de uma artroplastia total de quadril depende de 3 fatores críticos: escolha do paciente, escolha do implante e a técnica cirúrgica.

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